Ela - A primeira.

Nunca imaginei que seguir minha colega de trabalho depois do expediente de um sábado fosse trazer alguma mudança pra minha vida. Mas mudou.
Foi numa dessas noites estranhas que a vida costuma me proporcionar que a conheci. Ela, tão linda, me ofereceu água, comida, mas o que veio junto foi seu coração. Coração que eu não soube bem como tratar, por ser tão caloroso e gentil, e eu tão perdida e sozinha. Contudo, naquela noite que me lembro como se fosse a 10 min atrás, senti minha alma conversar com a dela num idioma cuja singularidade foi notada sendo que, sem palavra alguma, gritávamos, sem desespero, mas de demasiado desejo.
Eu já havia me maquiado o suficiente, ou até mais lksjdklaj, mas a moça que pouco sabia da arte de se "embonecar" me pediu que lhe passasse o batom em seus lábios... Ah, aqueles lábios carnudos que, mal sabia eu, eram também quentes e macios. Quando conversávamos sobre como tudo começou, me dizia com toda convicção que nosso início foi escrito com aquele batom, mas eu sei que a água a mim oferecida foi a ponte de ligação de nossas energias. E que energia linda!
A Taís de um ano atrás ainda não conhecia o Rio Vermelho, e foi nessa oportunidade que, esse lugar desconhecido, se tornou palco do daquele primeiro contato, nosso beijo número 1.
Um lugar chamado chupito fervilhava de gente e assim mesmo estávamos lá, encantadas com o fogo que brilhava naquele copinho de cachaça. HAHAH, bebemos um pouco, nem lembro da ordem das coisas, só que eu não bebi o suficiente pra estar na fila do banheiro, mas estava. Ela na minha frente já pra entrar, e eu me aproveitei de sua entrada, com uma desculpa esfarrapada pra então me aboletar. Tranquei, rodei e não pude resistir, a encostei na parede e lhe entreguei seu primeiro beijo¹, também conhecido como nosso.
Passamos o restante da noite evitando sermos descobertas, porém, eu não conseguia evitar de expressar meu fascínio por cada gesto e nosso desejo acumulou-se de forma tamanha que minha volta pra casa deixou de ser uma opção. Ela, sabiamente, se ofereceu para abrigar a colega de sua melhor amiga, como um sinal de solidariedade à moça que não conhecia, mas que morava longe o suficiente para lhe permitir a deixa.
Aqueles cabelos soltos ao vento, aquela voz firme e autoritária e seu lindo sorriso. Eu não pude evitar nada disso. E nem sabia qual era a serventia de me privar do que eu já sabia que seria, além de um divisor de águas, um belo momento pra sorrir (...)



(Essa publicação é a primeira da série ELA que possui apenas 3 capítulos de uma experiência amorosa que tenho muita sorte de ter vivido.)

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