Sem laço no meu sangue.
Minhas carnes ficam trêmulas todas as vezes. Meu coração acelera sempre e a raiva crescente me domina e paralisa. É assim que se manifesta o meu organismo toda vez que vejo, ouço e sinto o perigo que é conviver com um monstro. Vivos hoje, amanhã já não se sabe. Tentativa de assassinato agora, dá-lhe meia hora pra se acalmar, ainda com resmungos e xingamentos nos lábios, sempre termina por ir dizendo-se vítima.
- Quero que morra antes dela!*
"Mas é seu sangue", eles dizem. Se nem ele, que quer a todo custo nos maltratar, expulsar, magoar e matar compreende, por que raios iremos nós, alvos de tais atos, desconsiderar o terror vivido em nome desse tão reconhecido e valorizado laço sanguíneo?
Escrevo hoje sobre o presente, que palavra mais triste pro momento! Mas é atual, é o agora, estamos nesse tempo. E é isso que me revolta. Tantos anos vivendo em terra, fazendo sofrer o que sempre foi seu bem-querer. Sua esposa, era amada? Se é, ora sim, noutra uns tapas! Um arrastar de anos sofridos, de alentos negados, de felicidade restrita ao que dizia o homem que de bom humor só entendia quando lhe era conveniente. Em nome da família, ela cansada e mesmo aflita continuou calada.
Nem ouso escrever sobre tudo que já ouvi ou presenciei. São agressões, traições, negação de paternidade, dentre outras coisas. Palavras acentuadas, quem dera fossem apenas tios ou circunflexos, mas eram de exigências e de apoucamento. Coisas de gente que só se sente grande ao diminuir alguém.
Dizem que o álcool é menos nocivo que outras drogas. Quero saber onde é que viram isso?! Ele 'são' nunca prestou, mas ainda consegue pregar o amor aos animais. "Se eu ver alguém maltratando algum, juro que denuncio!". Pelo menos os bichos de outras espécies estão preservados da sua loucura. Já bêbado, e olha que bebe sem parar, vira armas suas mãos, sua língua e o facão. AHHH, O FACÃO! Protagonista de açoites ao vento, mesmo com destino certo, ainda encontramos pessoas pra conter a enxurrada programada pra descer. Do seu ninho ele quer a todos dominar, e se não se ajoelhar pra ele pisar, se sente no direito de matar.
Meu avô? Era avô? Sim, era. Era, porque nem mesmo considera a filha única como tal. Era, porque sempre negligenciou sua criação. Era, porque fez e faz com minha avó coisas que se faria a um inimigo. Era, porque sempre procura um jeito pra humilhar aqueles que o consideram como amigo, e o que dizer do que faz com a família?! Ele ERA. Mesmo o câncer, que veio e foi tratado, não me tira o direito de odiar aquele que nunca fez menção de dar um passo sequer pra mudar, sendo ainda muitas vezes pior que um dia fora.
*Desejo sua partida, sem despedidas e sem lamúrias. Que se vá antes dela, minha avó. Ela não merece sofrer mais. Que seja por causas naturais ou em uma das numerosas vezes em que, tomado pela aguardente de cada dia, dirige achando-se o melhor. Mas que se vá logo, por favor. É demasiado o terror que sua existência provoca.
- Quero que morra antes dela!*
"Mas é seu sangue", eles dizem. Se nem ele, que quer a todo custo nos maltratar, expulsar, magoar e matar compreende, por que raios iremos nós, alvos de tais atos, desconsiderar o terror vivido em nome desse tão reconhecido e valorizado laço sanguíneo?
Escrevo hoje sobre o presente, que palavra mais triste pro momento! Mas é atual, é o agora, estamos nesse tempo. E é isso que me revolta. Tantos anos vivendo em terra, fazendo sofrer o que sempre foi seu bem-querer. Sua esposa, era amada? Se é, ora sim, noutra uns tapas! Um arrastar de anos sofridos, de alentos negados, de felicidade restrita ao que dizia o homem que de bom humor só entendia quando lhe era conveniente. Em nome da família, ela cansada e mesmo aflita continuou calada.
Nem ouso escrever sobre tudo que já ouvi ou presenciei. São agressões, traições, negação de paternidade, dentre outras coisas. Palavras acentuadas, quem dera fossem apenas tios ou circunflexos, mas eram de exigências e de apoucamento. Coisas de gente que só se sente grande ao diminuir alguém.
Dizem que o álcool é menos nocivo que outras drogas. Quero saber onde é que viram isso?! Ele 'são' nunca prestou, mas ainda consegue pregar o amor aos animais. "Se eu ver alguém maltratando algum, juro que denuncio!". Pelo menos os bichos de outras espécies estão preservados da sua loucura. Já bêbado, e olha que bebe sem parar, vira armas suas mãos, sua língua e o facão. AHHH, O FACÃO! Protagonista de açoites ao vento, mesmo com destino certo, ainda encontramos pessoas pra conter a enxurrada programada pra descer. Do seu ninho ele quer a todos dominar, e se não se ajoelhar pra ele pisar, se sente no direito de matar.
Meu avô? Era avô? Sim, era. Era, porque nem mesmo considera a filha única como tal. Era, porque sempre negligenciou sua criação. Era, porque fez e faz com minha avó coisas que se faria a um inimigo. Era, porque sempre procura um jeito pra humilhar aqueles que o consideram como amigo, e o que dizer do que faz com a família?! Ele ERA. Mesmo o câncer, que veio e foi tratado, não me tira o direito de odiar aquele que nunca fez menção de dar um passo sequer pra mudar, sendo ainda muitas vezes pior que um dia fora.
*Desejo sua partida, sem despedidas e sem lamúrias. Que se vá antes dela, minha avó. Ela não merece sofrer mais. Que seja por causas naturais ou em uma das numerosas vezes em que, tomado pela aguardente de cada dia, dirige achando-se o melhor. Mas que se vá logo, por favor. É demasiado o terror que sua existência provoca.


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