O dia que senti na pele o poder da empatia.
Eu sou uma péssima contadora de histórias, mas não me contento em só vivê-las, preciso de registros. Enfim…
Gostaria de dizer a todos que meu nome agora é Bruna e eu moro na Rua da Alegria. Bem, pelo menos foi assim que eu saí de um assalto hoje, mentindo! Sempre me orgulhei de ser muito sincera e transparente, mas essa foi uma das poucas vezes que mentir “salvou” minha pele.
A 16ª parada do orgulho LGBTQ da Bahia aconteceu no dia 10/09/2017 e eu, como nunca havia ido decidi que seria interessante ver essa festa bonita. Pois bem, eu moro no último bairro do subúrbio ferroviário de Salvador, peguei o ônibus para o Campo Grande(local da festa) e dentro deste ônibus, em determinado bairro, entraram várias pessoas, em sua maioria adolescentes e jovens, pela porta do meio gerando uma superlotação. Com pouco tempo que o ônibus entrou em movimento um rapaz tocou em meu ombro e pediu que eu o entregasse “o aparelho”, depois que me toquei eu entreguei o celular a ele que havia me falado que seu companheiro estava munido de arma branca e me ameaçou.
Geralmente não ando com celulares, mas nesse dia era importante que eu estivesse para localizar os meus amigos na festa e foi só por isso que eu senti a perda do tal “aparelho”, pois eu não queria estar sozinha. Pensei que estaria acabado ali, mas algumas pessoas que entraram com ele perceberam sua ação e me pediram pra confirmar o ocorrido e foi então que começaram a falar com ele para devolver que eu era conhecida e que morava na Rua da paz. Foram duas moças que começaram a questioná-lo sobre a ação e a incentivá-lo a agir “pelo certo”. Eu gostaria de dizer que isso me deixou muito alegre, não por ter tido meu celular devolvido, mas pela empatia daquelas mulheres que protegeram uma pessoa que nunca viram na vida.
Ele as questionou se realmente me conheciam, enquanto todos do local seguiam se manisfestando ao meu favor, perguntou a uma das moças como era meu nome – “Ela é a Bruna que mora lá na rua da paz, não é bixinha?”. Confirmei com um sim meio tímido por estar impressionada com o apoio daquelas mulheres. Por fim me foi devolvido o objeto roubado. Agradeci e cedi meu colo para que uma delas fugisse do aperto. Não bastasse essas moças terem me protegido lá dentro, me esperaram na saída do ônibus e me levaram até o local que eu encontraria meu pessoal e me encheram de conselhos para que eu me protegesse nas ruas e para guardar o celular em lugares estratégicos, como na frente da calça ou no sutiã.
Geralmente não ando com celulares, mas nesse dia era importante que eu estivesse para localizar os meus amigos na festa e foi só por isso que eu senti a perda do tal “aparelho”, pois eu não queria estar sozinha. Pensei que estaria acabado ali, mas algumas pessoas que entraram com ele perceberam sua ação e me pediram pra confirmar o ocorrido e foi então que começaram a falar com ele para devolver que eu era conhecida e que morava na Rua da paz. Foram duas moças que começaram a questioná-lo sobre a ação e a incentivá-lo a agir “pelo certo”. Eu gostaria de dizer que isso me deixou muito alegre, não por ter tido meu celular devolvido, mas pela empatia daquelas mulheres que protegeram uma pessoa que nunca viram na vida.
Ele as questionou se realmente me conheciam, enquanto todos do local seguiam se manisfestando ao meu favor, perguntou a uma das moças como era meu nome – “Ela é a Bruna que mora lá na rua da paz, não é bixinha?”. Confirmei com um sim meio tímido por estar impressionada com o apoio daquelas mulheres. Por fim me foi devolvido o objeto roubado. Agradeci e cedi meu colo para que uma delas fugisse do aperto. Não bastasse essas moças terem me protegido lá dentro, me esperaram na saída do ônibus e me levaram até o local que eu encontraria meu pessoal e me encheram de conselhos para que eu me protegesse nas ruas e para guardar o celular em lugares estratégicos, como na frente da calça ou no sutiã.
Eu não sei se as verei de novo, mas eu queria agradecer mais uma vez. Vocês me provaram que devo continuar acreditando no ser humano. Não tenho raiva do assaltante e não quero que ele morra, tudo o que eu quero é que ele tenha a chance de sair desse mundo que tanto ceifa vidas e encontre uma forma digna pra viver.
*EXTRAS*
Voltando pra casa eu peguei um outro coletivo lotado e me foi oferecido um colo pra sentar. Isso mesmo! khdksjdkjdf. Estavam 3 moças em duas cadeiras e a da ponta sentiu vontade em me ajudar. Conheci as três e me disseram que eu parecia estar voltando do trabalho por estar “arrumada de mais”. Acho que minha cara de cansada contribuiu.
Fiquei feliz mais uma vez e gostaria que mais mulheres se sensibilizassem com a dor da outra, pois o mundo anda carente de empatia e a sororidade é uma forma linda de se demonstrar que não estamos sozinhos. Seja por ajudar alguém cansado voltando do trabalho ou aquela pessoa que é vítima de violência. Cada gesto desse importa e muito!
O que eu tenho pra dizer sobre a parada? Foi linda!! Para vocês que nunca foram, só quero dar um conselho, não precisam se maquiar tanto porque vocês com certeza vão voltar pra casa cheios de purpurinaaaa porque foi assim que eu fiquei. 🤩🤩🤩🤩


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